
Dilma Rousseff falou à imprensa para defender a nomeação do antecessor: "Lula terá os poderes necessários para nos ajudar. Tudo o que ele puder fazer para ajudar o Brasil será feito". A presidenta também rejeitou a acusação de que o ex-presidente prefira ser julgado no Supremo, e não na primeira instância. "A ida [para o ministério] não significa que não é investigado. Significa por quem ele é investigado. Por trás da afirmação estaria uma desconfiança na Suprema Corte do país?"
Além da nomeação de Lula e da mudança de Wagner, discutia-se no Governo uma minirreforma do primeiro escalão, que pode envolver o ministério da Fazenda, Educação e Relações Exteriores. Os nomes estão sendo discutidos. O clima no Planalto neste momento já é medido pelo comentário de um auxiliar: “Nós estamos nos preparando para o terceiro mandato do Lula”. Na entrevista coletiva, porém, Dilma disse que não haverá mudança na Fazenda nem no Banco Central. "Eles (ministro da Fazenda, Barbosa, e presidente do BC, Tombini) estão mais dentro do que nunca", disse.
Delação de Delcídio
O objetivo da presidenta era anunciar seu antecessor na pasta, com status de ministério, ainda na terça-feira, mas o tumulto político causado pela homologação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) acabou alterando a programação. Entre seus assessores a conclusão foi que a notícia da nomeação de Lula ficaria em segundo plano, levando em conta as revelações feitas pelo senador, um ex-aliado que foi abandonado assim que foi preso na operação Lava Jato, tragaram a gestão federal para o centro do escândalo de desvios da Petrobras.
Ainda na noite de terça, Rousseff teve um jantar com Lula na residência oficial da presidente, o Palácio da Alvorada para acertar os últimos detalhes. Segundo fontes ligadas à Presidência, Dilma também queria conversar com Lula para "delimitar" o campo de atuação de cada um neste inédito arranjo com dois "presidentes" no palácio - o ministro da Casa Civil equivale quase a um primeiro ministro.
Seja como for, a presença de Lula de volta na capital federal é vista como um sinal de enfraquecimento de Dilma Rousseff, que aceitou se expor como tutelada pelo mentor. A esperança dos auxiliares e aliados é que o ex-presidente empreste seu capital político, abalado pela investigações da Lava Jato, para tentar conter a debandada de aliados do PMDB, centrais na batalha do impeachment. Alguns observadores que transitam pelo Planalto, porém, creem que se trata de um tiro no pé: a entrada de Lula pode unir ainda mais o partido pela destituição da presidenta.
Lula em Brasília, no entanto, provoca a ira dos movimentos de rua que levaram 3 milhões de pessoas às ruas neste domingo, que podem inclusive liderar novos atos contra a chegada do homem tratado como Judas durante o protesto. Nesta terça já circulavam na internet petições públicas contra a sua nomeação.
Mais do que a fúria dos anti-petistas, o ex-presidente provoca arrepios entre os economistas que veem nele um risco de piorar ainda mais as condições macroeconômicas do país – leia-se dívida pública e inflação com incentivo ao crédito para movimentar setores que ele sempre viu como a saída para a crise, como construção civil e infraestrutura. Há, ainda, a expectativa de um ajuste fiscal mais brando à vista, e outra especulação extremamente delicada: uso de reservas internacionais para estancar a crise, não se sabe ao certo se para pagar dívida pública ou investimento. Essa seria uma saída caótica para muitos especialistas, e já há rumores de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, pediria demissão nesse caso por não concordar com a fórmula.
Oposição e fator Moro
Os opositores prometem questionar legalmente a nomeação de Lula. O DEM diz que ela seria "desvio de finalidade", porque teria como único objetivo dar a ele um "abrigo no STF". O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, se prepara para uma batalha jurídica. "Não há óbice legal na nomeação dele. Desde o primeiro mandato, a presidenta só nomeia com base na Lei da Ficha Limpa, que prevê que estão limpas as pessoas que não tem condenação em segunda instância. E até o momento, o ex-presidente é um investigado. Ter foro privilegiado não é fugir da Justiça", disse Cardozo, ainda na terça.
Desde segunda-feira, todas as investigações sobre Lula no Estado de São Paulo foram remetidas à Justiça Federal de Curitiba, a comarca da Lava Jato. A decisão foi tomada pela juíza da 4ª Vara Criminal Estadual de São Paulo, Maria Priscilla Veiga Oliveira. A magistrada também indicou que é Sérgio Moro quem deve julgar se é pertinente ou não o pedido de prisão preventiva feita por promotores paulistas. A defesa do ex-presidente vai recorrer da decisão no Supremo. O ex-presidente Lula é suspeito de ocultar seu patrimônio e de receber favores de empreiteiras que tinham contrato com o Governo, como a OAS e a Odebrecht. Os alvos dos investigadores são um sítio em Atibaia e um apartamento tríplex no Guarujá, ambos em São Paulo. No âmbito da Lava Jato, também são investigados um dos filhos do ex-presidente, além de sua mulher, Marisa Letícia. A princípio, só Lula seria julgado no Supremo.
O povo cansou de Dilma ,Lula ,Aécio e todo tipo de mentira e corrupção. Já deu, acabou a paciência.
ResponderExcluirO fim do PT está próximo.
ResponderExcluirLula, Dilma e todos os abestados do governo devem estar agora em uma festa comemorando e rindo de nós. Mas quanto mais alto maior vai ser o tombo.
ResponderExcluirO meu amigo LULA é onesto e trabalhado, deixa o homi trabaia.
ResponderExcluirexpresidiario diss que nau qeremos o Lula aqui nu presidiu é o pio ladrau.
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